sexta-feira, 15 de maio de 2009

Réquiem pelo álbum

É curioso que passado 15 dias de receber o meu vinil de Dookie, os Green Day estejam prestes a editar um novo álbum. Lembro-me que, antes da era das compras online, me vi e desejei para ter este cd. A MTV passava Basket Case a toda a hora mas por cá não se passava nada. Corria o ano de 94 talvez. Passados estes 15 anos é surpreendente como os Green Day ainda são noticia. Tiveram a sua travessia do deserto, como qualquer politico que se preze, mas voltaram maiores do que nunca. Por muito que o som que produzem já faça parte do meu passado, Dookie é uma obra prima do punk moderno.
O que é ainda mais surpreendente é como os Green Day são, provavelmente, uma das bandas que melhor carrega a bandeira do álbum de rock. Se o single foi algo determinante nos anos 50/60, o álbum dominou o final do século XX. Não há nada que supere um conjunto de musicas unidas por um tema/espírito/som. Como Lou Reed diz nas notas de New York. Um álbum deve ser ouvido como se vê um bom filme. Na época do mp3, do ipod shuffle, do imediatismo, é interessante assistir aos Green Day a chegarem a um novo momento alto com dois álbuns conceptuais. Seguidos!
Posso parecer antiquado, quando falo disto desta forma, como o Velho do Restelo. Na verdade continuo a gostar de ouvir um disco do principio ao fim. E deixo-o crescer com várias audições. Daí a minha nova obsessão por St Vincent. Nunca é demais lembrar que ninguém gosta de Super Bock à primeira. Como sempre é preciso estudar a matéria para a entender. A música é mesmo assim. Um prazer redobrado quando se percebe a razão de gostar de alguma coisa.
St Vincent - Actor Out Of Work (Actor, 2009)

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