sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

I'm in love with your cheeks

Algo para pôr a cabeça a funcionar. Para sarar outras partes do corpo doentes e a necessitarem de restauro a curto prazo. Talvez de alguém que perceba de medicina ou reanimação. Mas isso não vai acontecer.

Bon Iver - Blood Bank (Blood Bank EP, 2009)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Oh Bondage Up Yours!

Finalmente consigo realmente irritar alguém com a minha escolha musical aqui em casa. X-Ray Spex e Germ Free Adolescents de 1978. Punk feminino inglês com saxofone. Uma combinação interessante. Em vinil claro, numa edição nova encontrada na Louie Louie. Não é para gente do Freak Folk decididamente.
X-Ray Spex - The Day the World Turned Day-Glo (Germ Free Adolescents, 1978)

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

King solomon he never lived round here

Enquanto o meu colega do lado tenta atacar várias áreas de ópera usando apenas os seus dois orificios nasais, acorda-se e fuma-se um cigarro. Esta cover dos Clash da Lilly Allen é engraçada. Muito Pop. Muito inofensiva. E por isso fácil de ouvir. E claro, Lilly é afilhada de Joe Strummer . Por isso ele também não se chateia.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Kiss the boot of shiny, shiny leather

Enquanto não chegam alguns dos saldos de vinil da Amazon (obrigado crise financeira pelas libras ao preço da chuva), roda The Velvet Underground & Nico. Um disco marcante. Drogas, arte, sexo e roupa de cabedal. A batida primitiva de Maureen Tucker a dar à musica o seu lado repetitivo e tribal. Algo em que os The Fall certamente pegaram 10 anos mais tarde.
Se pensarmos que saiu em 1967, percebe-se o porquê do seu falhanço comercial. É um cliché, mas Brian Eno diz que as 50 pessoas que o compraram na altura criaram a sua própria banda (ele incluído). Não é por acaso que um dos livros que li sobre a história do punk começa exactamente nos VU.
The Velvet Underground - Heroin (The Velvet Underground & Nico, 1967)

sábado, 24 de janeiro de 2009

Many rivers to cross... but I can't seem to find my way over

Pois... eu gosto de ouvir reggae antes dos Clash. É uma questão de sentir as raizes antes de ver os frutos. Mas não estava à espera desta conversa, nem de sair o Jimmy Cliff com o Too Many Rivers To Cross. Eu sei que nunca ouviste. Tenho o vinil de '72 de The Harder They Come. Não te diz nada mas a mim diz-me tudo o que nós somos.
Dás-me sonhos que não quero que sejam ilusões. Eu posso-te dar algo mais sincero do que tenho dado. Posso dar tudo de mim. Mesmo que não resulte depois. Mas dei tudo. Vou dar acredita. Se me deres essa oportunidade claro (sim, sei que tens a vida toda a perder com isso...).
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(um mp3 de Jimmy Cliff segue dentro de momentos ...)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Everybody must get stoned!

Blonde On Blonde é um disco que não sai do gira-discos. Tem tudo. Todas as emoções possíveis. Talvez o melhor Dylan de todos. Dá para pensar em amores impossíveis, possíveis e pouco prováveis. Dá para sorrir, para chorar e para beber. São 4 lados que tocam em todo os cantos da alma.
Para quem é um pouco confuso como eu serve de aspirina. Serve de injecção letal. Serve de comboio com bilhete de ida para o inferno com paragem no pequeno apeadeiro do céu.
A musica de hoje é dos Joy Division (sim, isto começa a parecer uma fanzine). É uma versão dos Hot Chip para Transmission. Muito boa por sinal. Os Hot Chip já tinham duas covers geniais (que apareceram aqui no blog): Cape Cod Kawassa Kawassa dos Vampire Weekend e Sexual Heeling de Marvin Gaye. Esta dos JD vai sair numa nova compilação para a ONG Warchild.
Outra compilação de beneficência a sair nos próximos meses é a da Red Hot, chama-se Dark Was The Night. Qualidade também garantida uma vez que foi realizada pelos The National. Em vez de sacarem discos vão comprá-los sempre fica alguém a ganhar com isso desta vez.

Hot Chip - Transmission (War Child - Heroes, 2009)


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Aretha, sing a song that'll touch her heart

Hoje fazia o caminho de Viana para o Porto quando, aos primeiros acordes de Waterfall, começa a chover intensamente na autoestrada. Esta colectânea dos Stone Roses acompanha-me no carro há algum tempo. Não que o use muito agora que estou em Lisboa.Verificação ortográfica
O problema foi mesmo quando chegou a altura de Sally Cinnamon. Dei-me conta do que é estar sozinho. Ian Brown canta "Sally Cinnamon you're my world"... pois há mundos suspensos até melhores dias. Como o meu.
PS: Dei-me conta que a melhor parte de estar no Porto é pôr o vinil de Jukebox da Cat Power e ouvi-lo numa altura suficiente para aterrorizar os vizinhos. De que outra forma se pode ouvir Chan Marshall a cantar "Aretha, sing one for me"?

The Stone Roses - Sally Cinnamon (The Very Best of The Stone Roses)
Cat Power - Aretha, sing one for me (Black Session, 23/11/2008)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

It's just entertainment

O The Catbirdseat promete que a frequência de qualquer mp3 blog aumenta em flecha ao anunciar este remix:


New Animal Collective Remix - ‘My Girls’ (Special Obama Inaug Remix Edition) (dedicated to Sully the Airline Pilot)” mp3 link

Pois bem aqui está a prova de como sou capaz de tudo pelos meus 15 minutos de fama.

Entretanto se querem ter um álbum da Catbird Records a custo zero vão aqui. É dos Forrest Fire e chama-se Survival.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

my baby wants to kill me.

A boa gente da Blogtheque tem concertos imperdiveis. Mais uma banda descoberta.


Margot and the Nuclear So & So's - My Baby - A Take Away Show from La Blogotheque on Vimeo.

Coisas que soam bem... (VI)

Não é o mesmo que ouvir esta fusão world music e electrónica no meu gira-discos em casa mas dá vontade de mexer...

Por falar em Ian Curtis...

O documentário de Grant Gee está online na pitchfork.tv por tempo limitado. Aqui. Tive a sorte de o ver no cinema aqui em Lisboa (o único sítio do país onde esteve!). Acho que serve de complemento a quem apenas sabe a história da banda pelo Control.
Mais do que um documentário sobre o seu vocalista com banda sonora dos Joy Division, Grant Gee, tenta perceber mais sobre a música e o que está por trás dela. Muito interessante a revelação de que tinham (e têm) sérias reservas ao som que Martin Hannett deu a Unknow Pleasures. Obrigatório.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

I'm not the kind that needs to tell you just what you want me to

Esta é a altura de pensar em coisas boas. Ser positivo. Esquecer as preocupações e ansiedades. "This is a time for action, because the future's within reach" dizia Lou Reed. Pôr Power Corruption & Lies no gira-discos portátil aqui no quarto. Ouvir Age of Consent e pensar que há mais coisas na vida do que uma secretária, um pc e o intervalo pró cigarro.
Os New Order fazem (faziam?) música com muita esperança. Acho que esse foi o grande elemento que substituiu Ian Curtis depois do seu suicídio. As letras de Bernard Sumner são bem menos negras e desesperadas. Isso aliado ao novo elemento electrónico, muito provavelmente sacado aos Kraftwerk, faz o som da banda menos claustrofóbico. E Ian só tinha partido há 2 anos atrás.
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New Order - Age of Consent (Power Corruption & Lies, 1983)
New Order - The Village (Power Corruption & Lies, 1983)
New Order - 5 8 6 (Power Corruption & Lies, 1983)
PS: Parabéns Henry pelo teu centenário!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Houston we have a problem!

O projecto N.A.S.A. (North America South America) vai ser algo muito interessante. A ideia veio de Squeak E. Clean (produtor dos YYY's) e de DJ Zegon. Eles juntam algumas das mais interessantes figuras do panorama musical actual e cozinham colaborações num grande grande alguidar. Saída (oficial) em Fevereiro de 2009.
Vejam só a lista de colaboradores nas amostras que estão mais abaixo. A longa lista toda está aqui. Muito prometedor mesmo!

NASA feat. Spank Rock, Santogold, MIA, Nick Zinner - Whacadoin
NASA feat. Kool Keith, Tom Waits - Spacious Thoughts
NASA feat. Kanye West, Lykke Li, Santogold - Gifted

You're halfway to fully grown

You've got a real good shot
You've got so much inside
Let it come right out
Hoje o meu nevoeiro abriu um pouco e houve uma ponta de sol. Começa-se a assentar a cabeça e a reconhecer que há vitórias e derrotas.
Que há tropeções cuja culpa é só nossa. Por isso não há que nos queixarmos da queda e dos arranhões. Podemos ficar com cicatrizes por dentro e por fora mas o tempo apaga umas e outras. Não que estas vão sair assim tão cedo.
Andam por aí uma série de discos novos em (pré)lançamento: Franz Ferdinand, Animal Collective, Anthony & The Johnsons, Morrisey, White Lies, Fever Ray... Não que eu saiba alguma coisa disso.
A brilhante nova musica dos Animal Collective (sem mais referências se não o Web Sheriff vem cá e manda vir)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Watching her, these things she said. The times she cried.

Nobody raise your voices, just another night in Nantes.


#64.1 - Beirut - Nantes
Enviado por lablogotheque

Nem sempre estamos nos melhores dias. Tenho saudades de casa. Mesmo não sendo mais do que um espaço sem ninguém e apenas discos pelo chão. Mas é a minha casa. Tenho pouco que me faça querer ficar. Cada vez menos. Talvez devesse ser ao contrário. Não sei bem. Vim para aqui para recomeçar, mas esse estimulo tem perdido a força inicial. Talvez seja só uma fase. Como as da adolescência que nunca passou em mim.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Coisas que soam bem... (V)

"I stole my sister's boyfriend. It was all whirlwind, heat and flash.

Within a week we killed our parents and hit the road."

Grande capa. O que está dentro ainda melhor.

My body is a cage that keeps me from dancing with the one I love

Hoje foi um daqueles dias intueis e sem sentido. Arrumar e limpar os vinis. Ver o documentário dos Arcade Fire - Mirroir Noir. Muito recomendável por sinal. Trouxe à memória uma tarde em Paredes de Coura. Genial aquele concerto.
Ontem foi uma mais noite de Lisboa. Bairro Alto. Jamaica. O costume. Voltar para casa a pé e sentir o frio todo do mundo na cara. Tentar não pensar em ti. As cidades são bem mais bonitas à noite, sem ninguém na rua.
My body is a cage
We take what we're given
Just because you've forgotten
That don't mean you're forgiven
Sara Lov - My Body is a Cage (cover dos Arcade Fire)
Arcade Fire - Burning Bridges, Breaking Hearts (ao vivo)
Knatterjack - Time Tod Pretend (cover dos MGMT ao piano)
Noah And The Whale - Devil Town (cover do Daniel Johnston)

sábado, 10 de janeiro de 2009

Having troubles telling how I feel... but I can dance, dance, dance

Existe um nível de solidão, e desacerto, com o qual posso viver. Mas esta distância que a vida nos impõe é difícil de aguentar. Muito difícil.
Tenho muita culpa disso. Sei que fiz asneira que chegue para várias existências. Mas sinto que a certa altura houve um sítio onde podíamos ser um só. Esse sítio é cada vez mais longínquo. Cada vez mais impossível. E nós já éramos improváveis à partida...
Tudo para dizer que sinto a falta da tuas palavras para aquecer esta noites frias, e isoladas, de Lisboa. Queria estar contigo. Ir resgatar-te sem contares. Será que vinhas?
Lykke Li - A Little Bit (Youth Novels, 2008)
Lykke Li - Dance Dance Dance (Youth Novels, 2008)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

The lonesome death of William Zantzinger

Há algum tempo atrás fiz o upload de uma das minhas musicas favoritas de Dylan: The Lonesome Death of Hattie Carroll. De 64 penso eu.
A letra refere um episódio real de um homem branco e rico que mata uma empregada negra com uma bengala porque não o está a servir como ele quer. A história serve como uma metáfora para a tensão racial na América dos anos 60 e é um exemplo magnífico da tradição do folk, e do blues, naquilo que eles chamam de topical songs.
Hattie Carroll não morreu da agressão mas posteriormente teve uma hemorragia cerebral derivada do episódio. William Zantzinger foi condenado a 6 meses de prisão e a uma multa. Mas a sua pior sentença foi mesmo ser imortalizado por Dylan.
O homem que "matou" Hattie Carroll morreu esta semana. Passados 40 anos algumas (poucas) coisas mudaram. O Presidente americano é negro. Apesar de tudo isto a canção permanece como um símbolo da opressão e do aproveitamento dos desfavorecidos, sejam eles pretos, brancos ou inocentes civis palestinianos.
Algures no youtube está uma versão bastante interessante dos BRMC gravada para uma rádio.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Coisas que soam como ela se sente (I)

Once I wanted to be the greatest
No wind or waterfall could stop me
And then came the rush of the flood
The stars at night turned you to dust

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Coisas que soam como nos sentimos (II)

"I'm sorry Ms Jackson I am for real
Never meant to make your daughter cry
I apologize a trillion times"


Another one bites the dust

Faleceu Ron Asheton, guitarrista e baixista dos Stooges. Uma das mais importantes bandas de rock de sempre. Com Iggy Pop à cabeça, inventaram o punk e, com os MC5, escreveram uma nova banda sonora para a cidade de Detroit.
Depois de um vida conturbada pelas drogas e excessos normais da época em que foi jovem, foi descoberto morto hoje. Tinha 60 anos. Deixa um vazio na história do rock'n'roll.
Hoje há que (re)descobrir a musica dos Stooges. Mas só os períodos dos anos 60 (na Elektra Records dos Doors) e no período Bowie dos anos 70. A historia mais recente é apenas uma cadeira opcional.




Na foto: Tommy e Johnny Ramone, Fred "Sonic" Smith (dos MC5 e casado com Patti Smith), Ron e Scott Asheton (Stooges)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Coisas que soam como nos sentimos (I)

(suspiro de peso na consciência)

I say:"Oh, please forgive..."
I say:"Oh, live and let live..."
but sorry doesn't help us
sorry will not save us
sorry will not bring my love into my arms (as far as I know...)
sorry doesn't help us
sorry will not save us
sorry is just a word I find so easy to say...
so I say it anyway

Morrisey - Sorry Doesn't Help (Years Of Refusal, 2009)