sexta-feira, 27 de junho de 2008

Show me the way to the next whisky bar

Eis que é chegada a colecção de vinil dos Doors. Directamente dos EUA. Aqui ainda não saiu.
Uma caixa que reúne os seis discos de estudio nas capas originais e em vinil de 180gr (mais uma edição do primeiro disco na versão mono original). A caixa imita a pele de crocodilo que Jim Morrison imortalizou naquele fato que tanto usava e nunca lavava. Musica para os meus ouvidos. Literalmente.
Esta discografia brilhante não vai parar tão cedo de rodar no meu pequeno
Vestax Portátil. Desde os 9 anos que sou um devoto dos Doors e estas musicas fazem parte do meu crescimento. Talvez por isso tenha ficado nos 16.

"Before you slip into unconsciousness
I'd like to have another kiss
Another flashing chance at bliss
Another kiss"


The Doors - Crystal Ship (1967)

The Doors - Alabama Song (1970, do Absolutely Live, a minha primeira cassete original)
The Doors - Love Her Madly (1971)

PS: É claro que ontem me deixaste mais uma vez perdido. De todas as maneiras que me podia perder.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Capitão Romance

A mudança. Again. Não me sai desta baralhada cabeça. Agora pego nas palavras de Manel Cruz nos tempos dos Ornatos Violeta.

Parto rumo à maravilha
Rumo à dor que houver pra vir
Se eu encontrar uma ilha
Paro pra sentir
E dar sentido à viagem
Pra sentir que eu sou capaz
Se o meu peito diz coragem
Volto a partir em paz

Ornatos Violeta - Capitão Romance (1999, com Gordon Gano dos Violent Femmes)

PS: Gostava de ser o teu Capitão Romance e navegar, nessa jangada de dois, pelo mares salgados do desejo.

sábado, 21 de junho de 2008

Your summer dream (and mine).

"i never thought tonight could ever be
this close to me." mas foi.

The Cure - Close to me (1985)
The Beach Boys - Your summer dream (1963)

Nas palavras de Adrian Borland:
"i can see a distant victory
a time when you will be with me"

The Sound - Total recall (1986)

sexta-feira, 20 de junho de 2008

A new career in a new town

Poucos posts mas muitas mudanças. Muito em que pensar e decidir. A escolha está feita. Moving on.
Hoje o tema é a tomada de novos rumos. Algo de que temos que nos começar a mentalizar melhor. A nossa cultura é avessa a mudanças drásticas. A cultura da Europa do Sul está, por tradição, presa à disciplina católica e sempre deprimida na sua ambição. O abismo está à frente e temos que dar o salto ou podemos cair. Mesmo que não cheguemos ao lado de lá, pelo menos tentamos.
David Bowie e Brian Eno deram o titulo ao post. "A new career in a new town" é um tema instrumental do album Low, de 1977. Um dos meus preferidos de Bowie. Não bastasse um dos outros temas, Warsawa, ter dado o primeiro nome aos Joy Division.
Na área folk a mudança é um lugar-comum. Os americanos têm dois temas para canções: a estrada e o amor teenager. O resto são variações em Dó menor. Quem melhor para dizer isto do que a alma mater da musica americana, Bob Dylan.
Aqui fica a banda sonora destes novos desafios:
David Bowie - A new career in a new town (1977)
Bob Dylan - Paths of victory (gravada em 1963 mas só publicada em 1991)

PS: Paths of victory também era o hino não-oficial da selecção nacional mas disso é melhor nem falar...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

I want a riot. A riot of my own.

Cada vez mais manifestações... bloqueios... o custo de vida a aumentar. Sente-se uma tensão social em Portugal como nunca tinha sentido ao longo dos meus, também já longos, trinta e dois anos. Inquetação e receio do que o futuro ainda pode trazer.
Acima de tudo, parece ser um sentimento de frustação o que domina. Frustados pela impunidade e pelas desigualdades. Por se fazer um curso que não leva a lado nenhum a não ser ao call-centre do costume. Por se tentar produzir alguma coisa e acabar com menos do que antes. Por já ter recebido cinquenta chamadas do banco a lembrar a prestação em atraso...
Nimguém parece estar inocente no meio disto tudo. Somos pouco produtivos e menos empreendedores. O Estado gasta muito e mal gasto. A Europa, em tempos um oásis, cada vez mais parece querer deixar-nos pendurados no deserto. Um beco sem saída em que somos (sou) tão fatalistas como o nosso fado.
Musicalmente, nimguém foi capaz de canalizar este sentimento como Joe Strummer. O querer mudar o mundo e não conseguir. Não sei se somos o mesmo país que o Reino Unido era no final dos anos 70. Mas o feeling está lá.
Certo é que o D. Sebastião não virá numa manhã de nevoeiro por aí fora a fazer guerra aos especuladores da gasolina. E mesmo que venha não sei se somos país para ir com ele. Afinal ainda não acabou o Euro. E tenho que ir atestar o carro, há que ir festejar prá baixa o próximo golo do Ronaldo...
Joe R.I.P.

The Clash - White Riot (1977)
The Clash - Safe European Home (1978)
The Clash - Know Your Rights (1982)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

You don't need to bring God into this

Jacob Dylan já tinha feito alguma coisas muito boas antes, com os Wallflowers. Este ano edita um disco a solo acústico que demonstra, mais uma vez, que filho de peixe sabe nadar. Já não aparece tanto na sombra de Springsteen e adquire um som mais próprio.
Fruto do casamento de Bob e Sara (em I'm not there protagonizado por Heath Ledger e pela bela Charlotte Gainsbourg), finalmente acaba com a timidez face à sua (brilhante e pesada) herança familiar. Eu também segui as pisadas de alguém com sucesso e sei o que isso é.
Ele próprio lembra, numa entrevista que li há muito tempo, que um dia pediu ao pai para aprender a tocar guitarra. No dia seguinte aparece um guitarrista com três dedos na mão para lhe ensinar o básico... mais um daqueles gestos enigmáticos do génio a quem costumo chamar Deus. Para o outro Deus é como um elogio.

The Wallflowers - One headlight (1996)
Jacob Dylan - Evil is alive and well (Junho 2008)
Jacob Dylan - Something good this way comes (Junho 2008)
PS: Imagino que ficas muito Pretty in (your) pink (pijama)!

domingo, 8 de junho de 2008

Your love gets sweeter every day

No meio daquela exposição de vinil em Serralves estava hipnotizado por estares ali comigo. Mais feliz por isso do que por estar ao lado duma edição original do White Album dos Beatles ou do primeiro disco dos Velvet Underground (que por acaso aparece datado de 1971, um erro crasso).
Foi delicioso. Tudo. Ao seguirmos para o carro com o sol já muito lá em cima, estava a pensar que não era possível estar num sitio melhor. Não era mesmo. Uma noite perfeita.

Leonard Cohen - Suzanne (1967)
Finley Quaye - Your love gets sweeter (1997)

quinta-feira, 5 de junho de 2008

You and me we're gonna drive ourselves outta this town

Queria fugir contigo... como naqueles road movies de Hollywood.
De motel em motel até eu te salvar das garras do assassino no chuveiro...
E no fim davamos um beijo apaixonado como nunca nimguém deu.
Nem no Casablanca (eu já tenho o meu chapéu).

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Se...

Se a vida pesasse menos 100kg não seria um fardo tão grande. O meu gira-discos andava sempre comigo a tocar os meus singles dos Clash. E o Rain Dogs do Tom Waits estava mais tempo guardado.
Se cabeça fosse amovível. Deixava-a em casa mais vezes. Na gaveta dos legumes, no frigorifico.
Se muitos vícios fossem poucas virtudes. Criar-se-ia um culto à minha volta e a minha colecção de musica seria o meu evangelho.
Se tudo fosse mais simples, havias de saber o que fazer comigo.


PS: Morreu Bo Diddley. Era enorme. Ainda é. Crackin' Up e I'm Bad. Mesmo a calhar com o resto do post.

domingo, 1 de junho de 2008

Casa das Tortas

Sexta à noite a Casa da Música teve grandes concertos. Os Young Marble Giants foram irrepreensiveis. Os Vampire Weekend puseram muita gente a dançar. Os These New Puritans mostraram uma energia cujo disco não auspiciava.
No entanto, não fosse a indesejável organização, cuja burocracia foi típicamente copiada de uma repartição de finanças, a coisa poderia ter sido ainda melhor.
- "Não pode tirar fotos".
- "Não pode gritar para o palco nem dançar nestas cadeiras desconfortáveis."
- "Se quer beber tem de preencher a requisição no 2º andar."
- "A requisição branca só serve no bar 2 e 4. Para o bar 5 e 6 é uma azul."
- "Por favor aninhe-se ai à frente do palco enquanto encontro o seu lugar nestas filas de cadeiras de numeros imperceptiveis no escuro". A isto eu assisti.
Isto não é rock'n'roll. É suicidio. Dizia o Bowie.
Às vezes não sabemos se estamos a ver concertos rock ou se estamos na loja de porcelanas. A casa é da musica da mesma maneira que a Casa das Tortas é dos pasteis de chaves. O nome não diz sempre tudo.

Esta semana a colheita de discos de vinil trouxe:
- Murmur e Reckoning dos REM (1983 e 1984 respectivamente)
- Bona Drag de Morrisey (1990)
- Franks Wild Years de Tom Waits (1987)
- Close To The Bone dos Tom Tom Club (1983)
- Speaking in Tongues dos Talking Heads (1983)
- Power Corruption & Lies dos New Order (1983)
- The Stone Roses dos Stone Roses (1989)
- Sound Affects dos Jam (1980)
Discos da Retroparadise e daquela loja fantástica do Chico no 1º andar do Artes em Partes.