quinta-feira, 12 de junho de 2008

I want a riot. A riot of my own.

Cada vez mais manifestações... bloqueios... o custo de vida a aumentar. Sente-se uma tensão social em Portugal como nunca tinha sentido ao longo dos meus, também já longos, trinta e dois anos. Inquetação e receio do que o futuro ainda pode trazer.
Acima de tudo, parece ser um sentimento de frustação o que domina. Frustados pela impunidade e pelas desigualdades. Por se fazer um curso que não leva a lado nenhum a não ser ao call-centre do costume. Por se tentar produzir alguma coisa e acabar com menos do que antes. Por já ter recebido cinquenta chamadas do banco a lembrar a prestação em atraso...
Nimguém parece estar inocente no meio disto tudo. Somos pouco produtivos e menos empreendedores. O Estado gasta muito e mal gasto. A Europa, em tempos um oásis, cada vez mais parece querer deixar-nos pendurados no deserto. Um beco sem saída em que somos (sou) tão fatalistas como o nosso fado.
Musicalmente, nimguém foi capaz de canalizar este sentimento como Joe Strummer. O querer mudar o mundo e não conseguir. Não sei se somos o mesmo país que o Reino Unido era no final dos anos 70. Mas o feeling está lá.
Certo é que o D. Sebastião não virá numa manhã de nevoeiro por aí fora a fazer guerra aos especuladores da gasolina. E mesmo que venha não sei se somos país para ir com ele. Afinal ainda não acabou o Euro. E tenho que ir atestar o carro, há que ir festejar prá baixa o próximo golo do Ronaldo...
Joe R.I.P.

The Clash - White Riot (1977)
The Clash - Safe European Home (1978)
The Clash - Know Your Rights (1982)

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