O David Byrne tornou-se nos últimos anos num guru da musica alternativa/indie (escolham ou inventem uma classificação). Alguns dos grandes músicos da actualidade querem trabalhar com ele. E ele parece divertir-se muito a fazê-lo. Falo de TV on the Radio, Dirty Projectors, Bon Iver, Feist e por aí fora. Isso faz dele uma das pessoas mais influentes da cena musical, e quando ele fala, para-se para ouvir (não necessáriamente para concordar).
Já tinha falado aqui sobre uma das obras primas dos discos de beneficência (isso existe??). Não, não é o cd do No Alternative que eu guardo com afecto no Porto (e que me recorda o episódio em que eu e o Fundo Azul fomos a uma loja de discos no Brasília e no momento de pagar reparamos que não tínhamos dinheiro suficiente... nesse dia o nosso gosto musical valeu-nos um desconto do estilo "deixem cá o que têm e vão à vossa vida") . Em 93/94?
Estou a falar de Dark Was The Night, que tem sido um dos discos mais ouvidos no mp3. A minha cópia em vinil é especialmente deliciosa e também roda de vez em quando no meu quarto de Lisboa.
Num post no seu blog, Byrne, descreve como uma nova geração de músicos se dedica de forma intensa à musica que faz. Sem serem rock stars. Sem demasiadas substâncias nocivas. Só com muito talento e criatividade. Não são uma fábrica de música como seria montada por Henry Ford. Mas algo bem mais tradicional, como a senhora que passa o dia todo a fazer o seu doce de abóbora para vender na feira.
Estes são bons tempos para descobrir bandas novas a fazerem boa música. Claro que também temos os Jonas Brothers, o Eminem e os reality shows da MTV. A isso chama-se diversidade cultural e liberdade de escolha. Eu também gosto de ir ao McDonald's de vez em quando. É cómodo, é bom e não implica nenhum esforço da minha parte (infelizmente não posso dizer o mesmo do meu colesterol talvez).
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