quinta-feira, 30 de abril de 2009

Its not hard, not far to reach. We can hitch a ride to rockaway beach.

Tá na hora de me despentear, pôr o look arrumador, sacar os vinis dos Ramones e dos Blondie. Tentar esquecer as chatices que a vida nos reserva e esquecer que ela está a milhares quilómetros de mim.
Há que comprar umas cervejas e ouvir Rockaway Beach. Sonhar com uma vida no Lower East Side, ou Brooklyn, sem reuniões e sem responsabilidades. Viver de ar e vento. Dormir no CBGB's. Ser um Ramone honorário. Ser alguém diferente do costume.

terça-feira, 28 de abril de 2009

I was waiting to be struck by lightning. Waiting for somebody exciting. Like you.

Estou a apaixonar-me por este disco dos Camera Obscura. A princípio ele não me ligou muito. Como tu. Mas eu insisti e finalmente rendemo-nos um ao outro.
Não sei bem o que fazia antes quando não estávamos juntos. Eu sei que não foi assim há tanto tempo. Mas parece uma eternidade.
Acho que destilava o tempo até nada restar e dormia até ter que voltar à rotina chata do trabalho. Ou então afogava-me a ouvir discos que falavam de encontrar a pessoa certa. E agora não preciso disso. Basta ir ao teu encontro.
Camera Obscura - French Navy (My Maudlin Career, 2009)
Camera Obscura - My Maudelin Career (My Maudlin Career, 2009)

The sweetest thing

Até já.
"On the bus radio, 'Fifty ways to leave your lover alone'. I laughed at the irony."
Camera Obscura - The Sweetest Thing (My Maudlin Career, 2009)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Help, I’m alive. My heart keeps beating like a hammer.

2009 está a ser muito bom. Em todos os sentidos possíveis. Todos os dias parece que sai uma nova música que parte tudo o que veio antes. Esta versão acústica dos Metric para Help I'm Alive é fabulosa. Especialmente quando Emily Haines canta "If I stumble they're gonna eat me alive". Quase que dá para acreditar. Mais um disco a descobrir rápidamente.
Metric - Help I'm Alive (versão acústica, 2009)

Just a perfect day. I'm glad I spent it with you.

Já tinha dito que hoje era um dia especial. Foi mesmo. Não que pudessem estar lá para ver. Foi só nosso. Arranjem um dia assim para vocês.

Lou Reed - Perfect Day (Transformer, 1972)

terça-feira, 21 de abril de 2009

J.G. Ballard no Fundo Azul

O Fundo Azul refere o desaparecimento de J.G. Ballard. Um escritor influente, responsável por obras que tocaram milhares de artistas de todos os tipos: da escrita, da música, do cinema, do teatro...
O Gosto Duvidoso tenta ser um blog dedicado à musica (embora muitas vezes se estenda aos meus profundos devaneios pessoais). Por isso, nada melhor do que poder ler no Guardian um artigo sobre a influência de JGB em alguma da melhor música produzida nos últimos 40 anos.
Uma nota também para a referência, quase obrigatória, dos Radiohead ao seu falecimento no blog da banda.

Musica óbvias para acompanhar: Joy Division, Athrociy Exibition; Gary Numan - Cars

Don't you let me go, let me go tonight

Acordei às 3h30 da manhã a pensar em ti. Queria ter-te aqui comigo. Dizer-te como tem sido bom estar contigo todos os dias. Mesmo que depois, com um daqueles bonitos sorrisos envergonhados, me digas que não acreditas. Ouço Blood Bank pela milésima vez e fumo um daqueles cigarros que detestas.
Procuro a música certa para te dedicar. Esta da Lykke Li é perfeita. Como tu. Já te imagino a sorrir.

Lykke Li - Tonight (Youth Novels, 2008)

Let's stay together. You and me forever.

Há silêncios que nos gelam por dentro. Que nos deixam com medo que as coisas não são o que queremos. A paixão nem sempre nos deixa ver a realidade toda. Por isso é que se transforma em amor ao fim de algum tempo.
Ficamos a gostar do que é e não só do que parece ou queremos que seja. Eu sei que gosto de ti exactamente como és. Gosto de pensar que é recíproco. Hoje tavas a cantar Al Green. Por isso estas canções são para ti. Hoje é um dia importante.

Al Green - How can you mend a broken heart (Greatest Hits, 1975)
Al Green - Let's stay together (Greatest Hits, 1975)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Quando eu morrer batam em latas, ponham-se aos saltos e aos pinotes.

A Pitchfork hoje apresenta a data de 9 de Setembro como o dia da morte do CD. Esta é a data de lançamento prevista para a reedição da obra completa dos Beatles em versão remasterizada. A partir daqui a versão física da musica só fará sentido para alguns tolos como eu que continuam a comprar discos em vinil e daí tiram um prazer quase sexual de limpar o disco e pôr a agulha a estalar no prato. É que ouvir vinil não é “giro”. Dá um trabalho do caraças.
Embora dificilmente esta seja uma verdade absoluta, de facto a compra de música em formato físico tem os dias contados. Por outro lado, há, e haverá sempre, bandas e discos que nasceram para o vinil.
Estes são um caso tipico desta vocação. Porque são, muito provavelmente, a banda do ano. Porque finalmente podemos confortavelmente usar o termo “superbanda” a um grupo de musicos que se junta para um projecto paralelo. Os Cream terão sido outro exemplo de “superbanda”, e recordo também os Temple Of The Dog em 91.
Durante o meu percurso de obsessivo fã de musica, já vi desaparecer as cassetes (e com elas o hábito das compilações caseiras e os Walkman da Sony que me fizeram tanta companhia). O vinil, que a certo ponto recuperei. O Minidisc, que também cheguei a ter. E finalmente o CD. Rest in Peace.
Daqui a poucos anos também o MP3 morrerá. A compressão é de baixa qualidade mesmo com altos bitrates. Não se ouvem todos os sons que a musica inclui. A mistura dos instrumentos é alterada e retira algumas das maravilhosas nuances do som, principalmente a bandas que usam uma dinámica soft/loud/soft/loud (e.g. Pumpkins e Radiohead).
O que me causa mais aflição não é a morte de mais um formato. No fim de contas o que interessa é o conteudo. É
o tipo que vai para a cabana gravar um disco sobre o seu desgosto amoroso. O tipo que vem de Marte. O tipo que redefine a musica toda em 10 lições.
Não, a minha preocupação é outra. É que eu sou da geração do CD. E não há cemitério que aguente os milhares de caixinhas de plástico que ocupam o meu apartamento do Porto. Não há mesmo.

Thank you for sending me an angel


Talking Heads - Thank You For Sending Me an Angel (ao vivo, 1977)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Please, please, please do not go

Estamos a ouvir Violent Femmes e cada vez mais me sinto apaixonado por ti. As tuas inseguranças são bonitas. O teus olhos são uma perdição. A tua presença é um Vodka Red Bull. Ok, Red Bull não é muito romântico. Mas só o facto de existires e estares comigo é um privilégio. Um sonho. Não és só bonita, dás côr à minha vida.

terça-feira, 14 de abril de 2009

And every time we turn away it hits me like a tidal wave

Os The National já tinham feito a música do ano. Fizeram-no outra vez e desta vez é uma cover dos Crroked Fingers para o álbum de aniversário da Merge Records. A colaboração de St Vincent (na foto) também ajuda muito. O novo álbum de St. Vincent também merece toda a atenção.


The National & St. Vincent - All Summer Long (Score! 20 Years Of Merge Records, 2009)
St. Vincent - The Strangers (Actor, 2009)

You've Lost That Lovin' Feelin'

Ontem o júri na Califórnia deu Phil Spector como culpado do homicídio de uma actriz americana. Aparentemente um dos seus desportos favoritos era jogar roleta russa com mulheres enquanto bêbado. Um desporto mais radical do que é necessário.
Spector, agora com 69 anos, passará provavelmente o resto da sua vida na prisão. Embora já há muito tempo que não faça nada digno de nota, a sua vida nos anos 60 e um pouco dos 70 foi realmente interessante e deu para demonstrar o seu génio na produção. Criou o Wall of Sound. Criou as Ronettes para quem escreveu e produziu alguma da melhor música de sempre. Produziu os Righteous Brothers, Ike & Tina Turner, os Beatles e os Ramones.
Dee Dee Ramone relata, num dos livros que li sobre o punk, como Spector o prendeu em sua casa durante 3 dias numa festa, sob a ameaça de uma pistola. Algum dia teria que sucumbir à sua insanidade mental.
De certa forma isto é como um obituário. Spector, a pessoa, não morreu. Mas o génio da produção sim. Lembremo-nos dessa parte da sua história e não da pessoa.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

You know that i could use somebody like you

Agora para algo completamente diferente. Já tinha dito que gostava do novo disco de Bat For Lashes. O Stereogum colocou online duas músicas muitos boas de uma sessão para a BBC Radio 1. Uma delas é uma versão dos Kings of Leon. Escuta obrigatória. Mesmo para quem não dos BFL...
Hum, já me esquecia. Hoje chegou o vinil de It's Blitz! dos YYY's. Fabuloso. Tem um feeling que os detestáveis compressores de mp3 retiram à musica. Sim, eu também tenho um leitor de mp3.
É o que hoje vamos ouvir.
Bat For Lashes - Live Lounge Radio 1 (2009) via Stereogum

L is for Love, S is for Precious

É incrivel como podemos ficar assim sem reacção. Sem saber que pensar.
Só podemos disfrutar os momentos e agarrar-nos a eles para que nunca acabem.
Não tem sido só especial. Tem sido precioso.
El Perro Del Mar - L is for Love (2009)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Been looking so long at these pictures of you.



The Cure - Pictures Of You (Desintegration, 1989)

Just a perfect day.

O teu reflexo naquele espelho enquanto pintavas os olhos deixou-me sem palavras. Durante muito tempo procurei um momento assim. Aquele look especial, as tuas doces inseguranças, o teu sorriso e aqueles olhos muito abertos e expressivos.
Tudo perfeito. Até à ultima gota dessa bonita inocência que carregas e que me deixa a cabeça às voltas.
PS: Estou em mais um daqueles miseráveis comboios que não parecem acabar. Lembrei-me desta musica do Evan Dando que vinha a ouvir ontem no carro: "All my life, I thought I needed all the things I didn't need at all".

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Até já (ou see you in a moment sweet thing).

And I shall drive my chariot
Down your streets and cry
Hey, its me, I'm dynamite
...
And you shall take me strongly
In your arms again
And I will not remember
That I even felt the pain
...
We shall walk and talk
In gardens all misty and wet with rain
And I will never, never, never
Grow so old again

Van Morrison - Sweet Thing (Astral Weeks, 1968)