Ontem voltava a casa do Bairro Alto e dou de caras com Rui Reininho. Não sabia andar de metro e pediu-me indicações para o Cais do Sodré (olha a quem!). A minha amiga estrangeira não o conhecia. Tentei descrevê-lo em poucas palavras. Não sendo um erodito, só me saiu isto: "O Rui é a Amália dos anos 80". OK, 80 é redutor mas foi o que saiu. Acho que ele não gostou muito.
Perguntei onde ia: "Vou ter com uns amigos, o Flak...". "É pá, leva-me contigo", pensei. Mas não. Optei por discutir as covers que ele tocou na Casa da Música há uns meses. É mais fácil tentar mostrar o meu lado de enciclopédia musical e ocultar o meu lado fã.
"Gravei agora um disco com esses músicos", disse ele. Espero por isso. Chegado a casa apetecia-me ouvir a minha cópia de Psicopátria em vinil (que, infelizmente, está dentro de uma das caixas de discos que descansam sozinhas no meu apartamento do Porto). Em vez disso afundei-me em Meat is Murder. Acho que há algo de Morrisey na forma como o Rui canta, ou cantava. A mesma ironia nas letras, mas diferente - mais abstrata.
Ainda há referências na música portuguesa. E ainda havia óbvios sinais dos pós modernos nos olhos brilhantes e abertos do Rui de ontem à noite.
PS: Música para este post segue dentro de momentos
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