quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

The small victories. They keep me thinking, that someday I might beat you.

A noticia da nova tour dos Faith No More traz algumas recordações. Pavilhão do Boavista, 1993. Tinha 17 anos, fazia prova específica de matemática no dia seguinte. Fui com o meu irmão vêr o concerto. E que grande concerto!
Lembro-me que caiu um tipo com as suas Doc Martens no meu ombro esquerdo. Pura sorte. Só resolvo equações com a cabeça e com a mão direita. Acho que ainda tenho o meu bilhete guardado no CD de Angel Dust.
No dia seguinte acordo com uma mensagem deixada no meu quarto: "Que Jim Morrison te acompanhe". Inesquecível. E sim, o Jim estava lá. Tive 70% e entrei na faculdade que me permite esta vida que levo.

Faith No More - A Small Victory (Angel Dust, 1992)
Faith No More - Midlife Crisis (Angel Dust, 1992)

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

If there's something strange in your neighborhood. Who ya gonna call?

Afinal não foi o fato dos DEVO (fica para outra oportunidade). Por uma noite apenas fui um dos Caça-Fantasmas (o Bill Murray para ser mais exacto). Tomamos a baixa do Porto de assalto à procura de monstros e outras criaturas.
Encontrei alguns no Armazém do Chá. Era uma banda psychobilly (ainda existem!). Tocavam bem e também gostavam dos Meteors como eu.
Às Galerias vem ter um dos maiores fantasmas da noite, o meu irmão. Mas é poupado pela sua heróica recuperação do meu telemóvel.
Finalmente no Tendinha, os fantasmas eram muitos, mas matreiros. Era altura de pousar a arma e mexer os ossos. Sem samba!
Foi um bom Carnaval. Com uma constipação medonha mantida longe à custa de Benuron. Hoje ainda estou a pagar por mais esta loucura.
Ray Parker Jr - Ghostbusters (Don Rimini Remix)

Foto gentilmente roubada ao Fundo Azul.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Chega de saudade

Uma das heranças que recebi do meu pai, muito antes do tempo diga-se (ele tá para durar, depois de algumas aflições), foram as suas colecções de vinil da velhinha Reader's Digest. Hoje estava a ver na SIC uma entrevista do Caetano e do Roberto Carlos e lembrei-me desta colecção do Brasil. Riquíssima em melodias, e ritmos, pouco habituais por estas bandas.
Lembrei-me de Beck que é um devoto da Bossa Nova. Ouça-se Odelay como prova (especialmente a reedição de aniversário). Tirando o vinil de samba (não gosto) e de algumas coisas sofríveis (leia-se Fábio Jr. e afins), é engraçado mudar de registo.
Lembrei-me que se calhar gostavas de ouvir isto também. Imaginei-te a dançar no meio da sala ao som de Vinicius, enquanto bebíamos um copo de vinho tinto. A vida devia ser assim, não achas? Agora vou-me pro Fantas, mas levo este pequeno momento comigo.

I'll do anything in this godalmighty world, if you just let me follow you down

É bom voltar ao Porto e ter uns dias livres. Revisitar. Nunca estou muito tempo fora mas há coisas que não posso fazer quando tou por cá. Hoje refiz a minha velha rota do vinil. Rua do Almada... Artes em Partes e por aí fora. Andei muito mas não trouxe nada. Começa a ser difícil encontrar coisas interessantes para comprar.
Por isso, de volta a casa, ouve-se a caixa do "Royal Albert Hall" de Dylan. Acompanha-se com um pão quente e doce de framboesa. Para ser diferente.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Ada I can hear the sound of your laugh through the wall

Nem sempre fazemos aquilo que queremos. Os actos não correspondem aos pensamentos. Gostava de ser mais decidido. De ser mais impulsivo. Menos tímido quanto às coisas que realmente são mais importantes para mim.
Precisava de um novo ano para ter mais resoluções. Todos os dias era um novo ano. Todos os dias me resolvia outra vez.
The National - Ada (Boxer, 2007)

Foge, foge bandido.

Hoje admito que fugi do trabalho como o diabo foge da cruz. Foge, foge bandido como diria o Manel... A verdade é que, ao fim de 9h de expediente e stress, o melhor é fazer algo de que se gosta. Daí à Louie Louie do Chiado é um pequeno salto.
Trouxe o vinil de No New York, uma daquelas compilações históricas. Brian Eno visita NY em '78, apaixona-se pelo movimento artístico No Wave e resolve produzir uma compilação das suas bandas preferidas. À luz de outras colectâneas posteriores do período, o seu critério de selecção é estranho (quatro bandas apenas). De qualquer forma este é um registo que fica para a história e retrata sons bem mais experimentais (metais, sintetizadores...) do que os movimentos que poucos anos antes tinham feito história (punk, new wave).
Não é para todos, nem para todos os momentos. É como um bom documentário que se revê de vez em quando.
mp3s cortesia da Warped Reality.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Whip it good!

Aproxima-se o Carnaval. Uma data não muito festejada por estas bandas. Aguardo pacientemente pela minha oportunidade de vestir o meu fato DEVO. Um relíquia vinda dos states que decora orgulhosamente a minha sala de estar. O fato amarelo, o chapéu de plástico vermelho e o chicote. Seria uma entrada em grande num qualquer tasco portuense.
Enquanto essa oportunidade não se vislumbra há a nova musica dos YYY's. Muito electro. Nem Show Your Bones, nem Fever To Tell. Mas muito típica da banda. Como se esperava. Não se menciona nada mais para não vir aqui a policia bater à porta. Encarem isto como uma prenda de aniversário. Minha para vocês.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

It's a perfect day, Elise

Um dia de aniversário sem grandes festejos. Como gosto. Uma noite com os meus discos e pouco mais.

I was wasting my time, trying to fall in love

Disappointment came to me and hurt me

But that's how people grow up

PJ Harvey - A Perfect Day Elise (Is This Desire, 1998)
Morrisey - That's How People Grow Up (Years of Refusal, 2009)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

The British Invasion

Hoje há vinho tinto e muita música. Daqui a um bocado há Piolho e Galerias de Paris. Por agora ouve-se Kinks, Clash, Jam, Libertines, Bowie e outros tipos que têm rainha. Eu tenho uma princesa mas nem sei onde ela anda.
Hoje, mais do que o habitual, adopta-se o look mod. Blazer, com crachá dos Jam, gravata fina e tudo. Não é o Quadrophenia, nem sou o Sting (yach!). Ontem um realizador amigo do meu irmão perguntava-lhe o porquê da minha forma de vestir. "É a maneira dele de ser rock'n'roll". Au point.
Ainda bem que não levo carro. Ia guiar pelo lado esquerdo e era perigoso.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Oh Jeane. We tried and we failed.

Enquanto faço mais três horas enfadonhas até casa, fico a pensar no que me disseste. Talvez não possa esperar que tudo seja como antes. Não pode ser.
Gostava de saber a receita mágica que nos fizesse começar do zero. Sem paixões impossíveis. Sem arrependimentos. Como diz o Bon Iver:
"Go find another lover. To bring... to string along!"
"With all your lies, You're still very lovable."

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Os Grammys e a bola

Os Grammys são uma grande seca. Ganham sempre artistas relativamente convencionais e consagrados. Este ano não havendo grandes surpresas nos nomeados, houve grandes performances. Radiohead, M.I.A. (muito grávida mas sempre muito cool) e outras mais ou menos interessantes.
No fim ganhou o tipo que cantava nos Led Zeppelin. É como a bola. O Braga e o Leixões fazem umas flores mas quem ganha o campeonato é o Porto.
Hoje roda Check Your Head dos Beastie Boys. Com um brutal som em vinil. Se não gostam disto não percebem nada de música. Não é rap. É o fim do mundo.
Beastie Boys - Gratitude (Check Your Head, 1991)
Beastie Boys - So Wat'cha Want (Check Your Head, 1991)
Bónus:
Radiohead e a USC Marching Band - 15 Step (ao vivo nos Grammys 2009) via Rollo&Grady
PS: Não sei quem é o pai da criança da M.I.A. mas é um tipo com sorte.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

"Well nevermind, we are ugly but we have the music."

Hoje abri mais uma caixa das bootlegs de Dylan. Três vinis lembram a sua tour de 75, a "Rolling Thunder Revue". Uma espécie de circo itinerante que inclui gente tão diferente como Joan Baez, Joni Mitchell, Mick Ronson (guitarrista de Bowie) e o poeta Alan Ginsberg.
Sons que mereciam mais do que o meu pequeno gira-discos portátil pode dar. Mesmo assim o quarto enche-se de música intemporal.
A música abaixo é incidental. Acordei com ela na cabeça. Retrata o affair entre Cohen e Janis Joplin num dos históricos hotéis de Nova Iorque. Onde Dylan também morou. E onde Sid Vicious (alegadamente) matou acidentalmente Nancy.
Leonard Cohen - Chelsea Hotel #2 (New Skin for the Old Ceremony, 1974)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

No you girls never know how you make a boy feel

Esta noite... acho que há festa. Mas eu não posso ir.
Estas versões acústicas de dois temas do novo álbum, gravadas para o programa de Steve Lamacq, servem como pretexto para falar de Tonight. O novo disco dos Franz Ferdinand.
Mais Blondie (fase Atomic) do que Gang Of Four (fase Entertainement!). Mais Studio 54 do que Electric Circus. Serve de confirmação de que os FF ainda são uma das bandas mais relevantes que andam por aí.
Franz Ferdinand - No You Girls (acústico para a BBC6)
Franz Ferdinand - Ulisses (acústico para a BBC6)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Transatlanticism

the rhythm of my footsteps crossing flood lands to your door
have been silenced forever more
the distance is quite simply much too far for me to row
it seems farther than ever before
I need you so much closer

Pois. Há sentimentos que não nos escapam. Sobrevoam os nossos dias como abrutes. Sentimo-los lá, à espera do momento de atacar. Quando nos sentimos mortos, ou quase. Quando nos sentimos sozinhos.
Claro que há sempre formas de os assustarmos. Mas eles voltam sempre. I need you so much closer.
Death Cab For Cutie - Transatlanticism (Transatlanticism, 2003)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Coias que soam bem... (VII)

Aqui na voz do inigualável Thom Yorke.

I was a teenage werewolf once

Lux Interior dos históricos Cramps faleceu ontem aos 62 anos. Deixa a sua mulher Poison Ivy, com quem formou a banda no final dos anos 70, e um legado impressionante na música rock. Em Paredes de Coura há dois ou três anos deram um concerto excelente, preenchido daquele psychobilly que já não se ouvia há séculos.
Hoje é obrigatório (re)descobrir Off the Bone (em vinil claro). Para quem não conhece há a brilhante actuação no Hospital Psiquiátrico de Napa Valley em 1978. A banda certa no lugar certo e na altura certa.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Every day I look at the world from my window

Nada como ouvir uma boa dose de Kinks para limpar alguma cera que possa estar acumulada nos ouvidos. Especialmente Waterloo Sunset. Dizem que também cura mau-olhado e amores não correspondidos. Mas disso já não tenho a certeza.

Ema & The Ghosts - Victoria (cover dos The Kinks)
Damon Albarn & Ray Davies - Waterloo Sunset (cover dos The Kinks)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Love is Hell

Ok, não é o inferno mas é certamente infernal. Pelo menos nos 10 minutos que dura. E claro, não é nada que um simpático prato de pipocas nocturnas não resolva por hoje.
Obrigado, pelas pipocas.

Ryan Adams - Love is Hell (ao vivo 10/04/08)

Nobody knows where you are

Finalmente a Aspirina e o stress do trabalho fizeram esquecer o fim-de-semana. Esta canção dos The National é sem dúvida a melhor do ano até agora. Faz parte de uma compilação de beneficência de que já falei antes.
É o que mais tenho ouvido "I've run through a million bars... nobody knows where you are". Pois. É mesmo isso que tenho feito.
Hoje chegou o vinil de Nuggets uma compilação da era psicadélica de 65-68. Saiu em 1972 e inspirou a onda de garage rock e punk que se seguiu. Leia-se New York Dolls, Stooges e mais tarde Cramps e por aí fora. Sem ela com certeza também não ouviríamos hoje os White Stripes.
I know you’re a serious lady
Living off a teacup full of cherries
Nobody knows where you are livin
Nobody knows where you are
I’ll run through a thousand parties
I’ve run through a million bars
Nobody knows where you are livin
Nobody knows where you are

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Let me steal this moment from you now

Lembro-me do vídeo de Cloudbusting com o Daniel Sunderland. Sábado à tarde em 1985/86, Top Disco (ou outro igual da tv). Ela parecia um pouco louca. Só mais tarde percebi que as pessoas mais loucas assistem ao mundo de uma forma original. E isso vê-se na sua arte.
Encontrei este vinil numa loja de antiguidades perdida no Quartier Latin o ano passado. Já o tinha procurado várias vezes. Hounds Of Love é um dos discos mais bonitos dos anos 80.
Kate Bush - Running Up That Hill (Hounds of Love, 1985)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Oh, you don't know the shape I'm in.

Hoje a música da The Band ajuda a parar alguma da ressaca de ontem. O concerto dos Kaiser Chiefs foi bom e as horas seguintes de bar em bar no Porto hoje estão a pesar. Pensei em ti de manhã quando ia para casa no meio do temporal. Noites cheias mas às vezes vazias de emoções sinceras.
Por aqui ouve-se o vinil de Before The Flood, da tour de Dylan e The Band de 1974. E The Last Waltz claro. Uma das melhores bandas de sempre.